PANORAMA GLOBAL 27/06/24

A agenda do dia traz eventos econômicos importantes, como o PIB, dados sobre seguro-desemprego e vendas de moradias nos Estados Unidos. No cenário doméstico, sai o IGP-M e o relatório trimestral de inflação, além da medição da evolução no emprego feita pelo CAGED. No continente asiático, chama a atenção os dados de inflação no Japão em momento que o país luta contra a forte desvalorização de sua moeda, o iene, que atingiu mínimas de 38 anos em relação ao dólar.

ÁSIA E PACÍFICO

As bolsas asiáticas fecharam em baixa nesta quinta-feira, um dia após o iene atingir mínimas em quase quatro décadas e dados mostrarem avanço mais fraco do lucro industrial chinês.

Em Tóquio, o índice Nikkei caiu 0,82% pressionado por ações de corretoras e do setor farmacêutico, em meio a preocupações de que o Banco do Japão volte a elevar juros em meio à fraqueza do iene. Ontem, a moeda japonesa atingiu o menor nível frente ao dólar desde 1986, levando autoridades a sinalizar disposição de intervir no mercado cambial.

Na China continental, o Xangai Composto recuou 0,90% e o menos abrangente Shenzhen Composto apresentou queda de 1,67% sob o peso de ações de varejistas e montadoras. Pesquisa mostrou que o lucro industrial chinês teve acréscimo anual de 0,7% em maio, bem menor do que o ganho de 4% observado em abril.

Em outras partes da Ásia, o Hang Seng registrou baixa de 2,06% em Hong Kong com o fraco desempenho de ações de tecnologia e consumo, enquanto o sul-coreano Kospi cedeu 0,29% e o taiwanês Taiex perdeu 0,35% do valor de mercado.

Na Oceania, a bolsa australiana ficou no vermelho pelo segundo dia consecutivo, com queda de 0,30% do S&P/ASX 200 em Sydney, a 7.759,60 pontos.

EUROPA

As bolsas europeias abriram sem direção única nesta quinta-feira, com investidores mantendo a cautela em meio a temores sobre o resultado das eleições legislativas da França, cujo primeiro turno está marcado para o fim de semana. Às 06:40, o Stoxx 600 recuava 0,11%, o inglês FTSE caia 0,17%, o alemão DAX operava dentro da neutralidade e o francês CAC40 perdia 0,26% do valor de mercado.

EUA

Os índices futuros das bolsas de Nova York operam sem direção definida e próximos da neutralidade na manhã desta quinta-feira, após ações de grandes bancos dos EUA e da Micron Technology caírem no after hours ontem. O setor bancário reagiu ao último teste de estresse do Federal Reserve. Já a Micron, que fabrica chips de memória, superou expectativas de lucro e receita, mas decepcionou com sua projeção para o atual trimestre, que veio em linha com o previsto. Hoje, investidores vão acompanhar uma série de dados dos EUA, incluindo leitura final do PIB e da inflação PCE do primeiro trimestre. Às 06:42, no mercado futuro, o Dow Jones caía 0,06%, o S&P 500 avançava 0,02% e o Nasdaq tinha alta de 0,08%.

BRASIL

Em dia de IPCA-15 bem acomodado em junho, mas de falas do presidente Lula contra a “Faria Lima”, e de novo déficit nas contas do governo central, o Ibovespa oscilou à tarde entre leves perdas e ganhos moderados, apesar do prosseguimento da pressão sobre o câmbio, movimento que colocou o dólar a R$ 5,52 na máxima desta quarta-feira de avanço também para a curva de juros doméstica. O índice oscilou pouco menos de 1.300 pontos entre a mínima e a máxima, fechando com 0,25%, aos 122.641,30.

Na ponta do Ibovespa nesta quarta-feira, destaque para Usiminas (+3,32%), Prio (+2,38%) e IRB (+2,36%). No lado oposto, Pão de Açúcar (-7,77%), Azul (-5,56%) e Petz (-4,08%). Entre as blue chips, Vale ON fechou em alta de 1,24%, com Petrobras também no positivo no encerramento (ON +0,51%, PN +0,16%), o que deu um pouco mais de fôlego para o Ibovespa na reta final. Destaque também para Gerdau (PN +2,07%), na máxima do dia no fechamento.

CÂMBIO

O dólar subiu com força na sessão desta quarta-feira e superou a barreira técnica e psicológica e R$ 5,50, atingido o maior valor de fechamento desde janeiro de 2022. Além da onda de fortalecimento global da moeda americana e da alta das taxas dos Treasuries, movimento que castiga em especial divisas emergentes, o real sofreu hoje com aumento da percepção de risco fiscal doméstico. A moeda brasileira figurou entre as quatro divisas com mais perdas em relação ao dólar, ao lado de seus pares latino-americanos, entre eles os pesos mexicano e colombiano.

Com máxima a R$ 5,5264, o dólar à vista encerrou a sessão em alta de 1,19%, cotado a R$ 5,5194. Em junho, a moeda já avança 5,12%, o que leva a valorização no ano a 13,72%.

Na manhã de hoje, a divisa americana opera em baixa ante outras moedas fortes, devolvendo parte dos ganhos de ontem, enquanto investidores aguardam a agenda importante do dia.

COMMODITIES

Os contratos futuros do petróleo operam em alta considerável na sessão de hoje, ampliando leves ganhos de ontem, em meio à fraqueza do dólar em relação a outras moedas relevantes. Às 06:49, o barril do petróleo WTI subia 0,73%, a US$ 81,45, e o do Brent avançava 0,68% a US$ 84,98.

AGENDA

0800 – Relatório Trimestral de Inflação  (BRA)

08:00 – IGP-M  (BRA)

08:30 – Índice de Evolução de Emprego do CAGED  (BRA)

09:30 – PIB  (EUA)

09:30 – Pedidos Iniciais por Seguro-Desemprego   (EUA)

11:00 – Vendas Pendentes de Moradia   (EUA)

14:00 – Leilão Americano Note a 7 Anos   (EUA)

20:30 – CPI   (JAP)

20:30 – CPI Núcleo  (JAP)