PANORAMA GLOBAL 01/07/24

A primeira semana do semestre contempla eventos econômicos importantes além do feriado americano de comemoração da Independência. Hoje, o investidor acompanha dados de inflação na Alemanha e índices de atividade industrial na Zona do Euro, Estados Unidos e Brasil.

ÁSIA E PACÍFICO

As bolsas asiáticas fecharam em alta nesta segunda-feira, enquanto investidores digeriam dados da atividade manufatureira chinesa e de confiança empresarial do Japão.

Na China continental, o índice Xangai Composto subiu 0,92%, e o menos abrangente Shenzhen Composto avançou 0,77%, com o impulso de ações de petrolíferas.

O PMI industrial oficial chinês ficou inalterado em junho ante maio, em 49,5, frustrando expectativa de alta e sugerindo contração da manufatura, mas o calculado pela S&P Global/Caixin mostrou leve avanço no mês passado, a 51,8, indicando expansão no setor. As pesquisas oficial e da S&P Global usam amostragens diferentes.

Em outras partes da Ásia, o índice japonês Nikkei teve leve alta de 0,12%, o sul-coreano Kospi garantiu avanço de 0,23% e o taiwanês Taiex registrou ligeiro ganho de 0,11%. Em Hong Kong, não houve pregão hoje em função de um feriado.

Pesquisa trimestral do Banco do Japão (BoJ), conhecida como “Tankan”, apontou uma modesta melhora na confiança dos maiores fabricantes do país no trimestre encerrado em junho. Por outro lado, revisão do Produto Interno Bruto (PIB) mostrou que a economia japonesa sofreu uma queda anualizada de 2,9% no trimestre até março, maior do que o declínio inicialmente estimado em 1,8%.

Na Oceania, a bolsa australiana ignorou a Ásia e ficou no vermelho, pressionada por ações de tecnologia. O S&P/ASX 200 caiu 0,22% em Sydney, a 7.750,70 pontos.

EUROPA

As bolsas europeias abriram em alta nesta segunda-feira, com avanço de mais de 2% em Paris, enquanto investidores absorvem o resultado do primeiro turno das eleições legislativas da França, em que a extrema direita conquistou uma ampla vitória. Resultados iniciais, no entanto, indicam que a extrema direita terá dificuldades de garantir maioria absoluta no segundo turno, marcado para 7 de julho.

 Às 06:56, o Stoxx 600 avançava 0,45%, o inglês FTSE subia 0,30%, o alemão DAX +0,33% e o francês CAC40 acumulava 1,47% ao valor de mercado.

EUA

As bolsas americanas operam em baixa na manhã desta segunda-feira, estendendo as perdas do último pregão do semestre, à espera da agenda importante da semana, que contempla feriado do Independence Day na quinta e payroll na sexta. Às 06:48, no mercado futuro, o índice Dow Jones recuava 0,02%, o S&P500 caia 0,13% e o Nasdaq Composto perdia 0,20% do valor de mercado.

BRASIL

Apesar da recuperação parcial em junho, quando avançou 1,48%, o Ibovespa teve o pior primeiro semestre desde a pandemia, quando havia mergulhado 17,80% entre janeiro e junho de 2020, então no auge do temor global sobre a Covid-19 e o respectivo efeito na economia mundial. Quatro anos após a crise sanitária, o índice acumula perda nominal de 7,66% nos seis primeiros meses de 2024, comparada a avanço de 7,61% no mesmo período de 2023 – uma variação praticamente em módulo. No mês, após o avanço de 0,99% em fevereiro, ficou bem distante da alta de 9% no junho anterior, quando o Ibovespa havia registrado seu maior salto desde dezembro de 2020.

Nesta última sessão da semana e do mês, as perdas do Ibovespa foram mitigadas pelos carros-chefes da Bolsa: Petrobras, em alta de 1,23% (ON) e de 0,90% (PN), e Vale (ON +1,07%). Na ponta ganhadora do índice da B3, destaque para BRF (+2,81%), Marfrig (+1,56%) e Bradespar (+1,37%). No lado oposto, Azul (-6,02%), Cogna (-5,85%) e Yduqs (-5,71%). Entre os grandes bancos, o dia foi majoritariamente negativo, com Santander (Unit -1,40%) à frente – exceção para Bradesco ON, em leve alta de 0,18% no fechamento, e Banco do Brasil (ON +0,04%).

CÂMBIO

A preocupação dos investidores com a falta de clareza em relação às trajetórias dos juros, em particular a partir de 2025, e da dívida pública, somada às críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Banco Central e a um movimento de especulação no mercado de câmbio, descolou o real de outras moedas emergentes e contribuiu para a moeda brasileira ficar a um fio de cabelo dos R$ 5,60 no mercado à vista, registrando seu pior primeiro semestre ante o dólar desde 2020, ano da pandemia de covid-19.

O dólar à vista terminou o pregão em alta de 1,47%, a R$ 5,5883. Na máxima da sessão, chegou a R$ 5,5990 (+1,66%), o maior preço desde 12 de janeiro de 2022, quando alcançou R$ 5,6007.

Na semana, a moeda subiu 2,71%, e em junho avançou 6,43%. No acumulado do ano, a alta foi de 15,14%, o que corresponde ao avanço mais significativo em relação à moeda brasileira desde os 35,51% registrados no primeiro semestre de 2020.

Hoje, o dólar opera em baixa ante o euro e a libra, após o resultado do primeiro turno das eleições legislativas da França, em que a extrema direita conquistou mais de um terço dos votos, mas teve apoio menor do que alguns temiam. Há expectativas de que a extrema direita francesa não garanta maioria absoluta no segundo turno, em 7 de julho, o que favorece o euro. Há pouco, leitura final do PMI industrial da zona do euro não teve impacto na moeda do bloco.

COMMODITIES

Os contratos futuros do petróleo operam em alta na manhã desta segunda-feira, favorecidos pela fraqueza do dólar, principalmente em relação ao euro, na esteira da eleição francesa. Na sexta-feira, a commodity recuou levemente, mas garantiu sua terceira semana consecutiva de ganhos. Às 07:00, o barril do petróleo WTI subia 0,33%, a US$ 82,74, e o do Brent avançava 0,40%, a US$ 85,20.

AGENDA

04:55 – PMI Industrial  (ALE)

08:25 – Boletim Focus  (BRA)

09:00 – CPI  (EUR)

10:45 – PMI Industrial  (EUA)

11:00 – PMI Industrial ISM  (EUA)

15:00 – Balança Comercial  (BRA)

16:00 – Discurso de Christine Lagarde, Presidente do BCE  (EUR)