ÁSIA
As bolsas da Ásia fecharam em alta, em meio a melhora no sentimento de risco global na esteira do bom humor em Wall Street, após a inflação ao consumidor dos EUA aliviar expectativas para juros do Federal Reserve. Contudo, as bolsas da China e do Japão seguiram limitadas por fatores locais.
Entre os mercados asiáticos, o índice Taiex teve o maior ganho porcentual e fechou em alta de 2,27% em Taiwan. A ação da TSMC foi destaque e avançou 3,6%, depois de divulgar salto nos resultados de receita e lucro do quarto trimestre, superando expectativas.
Na Coreia do Sul, o índice Kospi subiu 1,23% também apoiado por ações de semicondutores, com a fabricante de chips SK Hynix encerrando em salto de 6%. O avanço nos ativos de risco sul-coreanos ocorreram apesar da decisão surpreendente do BC da Coreia do Sul, conhecido como BoK, de deixar juros inalterados. O presidente do BC, Rhee Chang-yong, reconheceu a necessidade de flexibilizar as taxas em breve, mas ponderou que o ambiente econômico e político no país permanece repleto de incertezas.
Já os papéis chineses de semicondutores caíram em bloco e limitaram o desempenho dos índices locais, após os EUA anunciarem ontem novas restrições para exportações de chips e incluírem mais empresas da China em sua lista. Em resposta, segundo a Xinhua, o Ministério do Comércio chinês disse que as medidas dos EUA “não impedirão seu progresso” e que tomará ações apropriadas para proteger seus interesses. Na China continental, o Xangai Composto subiu 0,28%, enquanto o Shenzhen Composto avançou 0,41%. Em Hong Kong, o Hang Seng ganhou 1,23%.
No Japão, o índice Nikkei teve alta de 0,33% limitado pela valorização do iene e aumento nas expectativas por alta de juros pelo Banco do Japão. O presidente do BC japonês, Kazuo Ueda, voltou a sinalizar esta possibilidade em discurso e uma reportagem da Bloomberg, divulgada nesta madrugada, revelou que autoridades do BoJ veem “uma boa chance” de elevar juros já na semana que vem, a depender dos desdobramentos da posse de Donald Trump nos EUA.
EUROPA
As bolsas da Europa abriram em alta e estendem ganhos nesta quinta-feira, diante da melhora no sentimento de risco em escala global na esteira do bom humor em Wall Street. Analistas do Deutsche Bank afirmam que as leituras benignas da inflação ao consumidor dos EUA e do Reino Unido trouxeram alívio aos mercados acionários ao reduzir temores sobre manutenção da política monetária restritiva por tempo prolongado, com impulso também de resultados corporativos favoráveis no início da temporada de balanços. Investidores europeus acompanharão ainda a ata do Banco Central Europeu nesta manhã. Às 07:00, o Euro Stoxx 50 subia 1,11%, a Bolsa de Paris ganhava 1,81%, a de Londres avançava 0,86%, a de Frankfurt recuava 0,11%.
EUA
Os futuros de Nova York operam majoritariamente em alta nesta manhã e sinalizam extensão dos fortes ganhos de ontem, após o índice de preços ao consumidor renovar a demanda por risco em Wall Street. Segundo o LMAX Group, o dado ampliou esperanças por uma trajeoria de juros mais acomodatícia pelo Federal Reserve. Além disso, analistas destacam que os resultados robustos de bancos americanos na abertura da temporada de balanços ajudam o ambiente de risco. Hoje, a agenda mais modesta nos EUA contará com dado de varejo e mais balanços do Bank of America e Morgan Stanley. Às 07:03, o futuro do Dow Jones caia 0,08%, o do S&P 500 avançava 0,19% e o do Nasdaq tinha alta de 0,42%.
BRASIL
Com a descompressão desde cedo nas curvas de juros dos Estados Unidos e do Brasil após leitura comportada sobre a inflação ao consumidor americano em dezembro, o Ibovespa se reaproximou dos 123 mil pontos, alcançando o maior nível de fechamento desde 17 de dezembro. Na máxima, o índice da B3 foi aos 122.987,84, em alta pouco acima de 3%. Ao fim, mostrava ganho de 2,81%, aos 122.650,20 pontos. Em dia de vencimento de opções sobre o Ibovespa, o giro subiu a R$ 70,3 bilhões.
Do meio para o fim da tarde, o Ibovespa sustentou renovações de máximas, que o colocaram no intradia no maior nível dede 18 de dezembro, enquanto o governo anunciava providências e iniciativas relacionadas ao Pix, que tem sido alvo de rumores em redes sociais de que viria a ser objeto de taxação em movimentações. A defesa do mecanismo de pagamentos deu força adicional aos papéis de grandes bancos, que desde mais cedo empurravam o Ibovespa para cima, e passaram a renovar máximas em paralelo ao ajuste do índice.
O advogado-Geral da União, Jorge Messias, afirmou nesta tarde que a AGU pedirá à Polícia Federal, ainda hoje, a abertura de inquérito para identificar autores que criaram e disseminaram fake news envolvendo o que seria a nova fiscalização do Pix. Segundo ele, foram identificados crimes contra a economia popular por causa da disseminação das notícias falsas. Por sua vez, o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, disse que a instituição revogará a nova fiscalização do mecanismo de pagamentos – o que deu impulso adicional às ações de bancos.
“Com essa revogação, mantém-se a gratuidade e o sigilo. Poderia ter uma trava nos depósitos, e isso seria ruim para os bancos, no meu ponto de vista”, diz Luiz Roberto Monteiro, operador da mesa institucional da Renascença.
CÂMBIO
Após certa instabilidade e troca de sinais no início da tarde, o dólar se firmou em baixa nas duas últimas horas de negócios, em meio a máximas seguidas do Ibovespa, e encerrou a sessão desta quarta-feira em queda de 0,35%, cotado a R$ 6,0252, menor nível de fechamento desde 12 de dezembro. Foi o terceiro pregão consecutivo de perdas do dólar no mercado local, o que leva a divisa a acumular desvalorização de 1,27% na semana e de 2,51% em janeiro.
O real se beneficiou de nova rodada de enfraquecimento da moeda americana no exterior e do recuo firme das taxas dos Treasuries, após dados de inflação ao consumidor e atividade nos EUA sugerirem espaço para corte adicional de juros pelo Federal Reserve neste ano. Além disso, as commodities voltaram a subir, com destaque para os ganhos ao redor de 3% das cotações do petróleo, a despeito do acordo de cessar-fogo em na faixa de Gaza.
COMMODITIES
O petróleo oscila próximo à estabilidade na manhã desta quinta-feira, com os preços consolidando no maior nível dos últimos cinco meses, avalia o Deutsche Bank, em nota. O mercado de energia pondera sobre sinais de redução na oferta da commodity, após os estoques dos EUA caírem ao menor nível desde abril de 2022 e a Agência Internacional de Energia alertar que as novas sanções dos EUA podem provocar interrupções no suprimento global. Os ganhos do petróleo ocorrem apesar do anúncio de cessar-fogo entre Israel e Gaza, que terá início no domingo.
AGENDA
04:00 – PIB (ING)
04:00 – Produção Industrial (ING)
04:00 – CPI (ALE)
09:00 – IBC-Br (BRA)
10:30 – Pedidos Iniciais por Seguro-Desemprego (EUA)
10:30 – Vendas no Varejo (BRA)
10:30 – Núcleo de Vendas no Varejo (BRA)
23:00 – PIB (CHI)
23:00 – Produção Industrial (CHI)
23:00 – Vendas no Varejo (CHI)