PANORAMA GLOBAL 18/06/24

Notícias e acontecimentos que não podem ficar de fora da preparação diária de um profissional do mercado financeiro.

A agenda do dia vem com eventos econômicos importantes. Na Europa, o investidor acompanha os dados de inflação ao consumidor e as expectativas de econômicas Alemãs medidas pelo instituto ZEW. Nos Estados Unidos, saem dados de vendas no varejo e produção industrial, além do pronunciamento de diversas autoridades monetárias do Federal Reserve ao longo do dia. No cenário doméstico, o dia que antecede a decisão de política monetária do COPOM traz mais desdobramentos do imbróglio político e fiscal em que o país se encontra.


ÁSIA e OCEANIA
Os mercados acionários da Ásia fecharam na maioria com ganhos, na esteira de recordes dos índices S&P500 e Nasdaq ontem em Nova York. Ações ligadas à tecnologia se saíram bem em algumas das praças asiáticas. Na Oceania, a Bolsa de Sydney subiu, em dia marcado pela manutenção de juros pelo Banco Central da Austrália.

Em Tóquio, o índice Nikkei registrou alta de 1,00% impulsionado por ações de eletrônicos e tecnologia estiveram entre os destaques, com o ganho de ontem do Nasdaq como apoio. TDK subiu 6,3% e Fujitsu, 3,1%. Investidores japoneses também aguardavam sinais da economia global, como a inflação na zona do euro e as vendas no varejo dos EUA.

A Bolsa de Xangai fechou em alta de 0,46% liderada por ações ligadas a softwares, e a de Shenzhen, de menor abrangência, subiu 0,71%. Na Bolsa de Seul, o índice Kospi registrou ganho de 0,72% empurrado por ações ligadas a semicondutores, concessionárias e montadoras.


Na Bolsa de Sydney, o índice S&P/ASX 200 fechou em alta de 1,01%. O mercado acionário australiano manteve os ganhos de mais cedo, após o RBA decidir manter a taxa básica de juros em 4,35%, sem indicar que estaria preparado para reduzi-la em breve. A Capital Economics acredita que o BC da Austrália deve ter discutido alta nos juros, mas a consultoria avalia que o próximo passo do RBA ao mudar a taxa será um corte, no início de 2025.


EUROPA
As bolsas no velho continente operam em leve alta após a divulgação do índice de preços ao consumidor, que mede a inflação, de maio, que veio dentro da previsão e acima da medição anterior. O índice de expectativas econômicas da Alemanha, medido pelo instituto ZEW, veio acima do anterior, mas abaixo do consenso de mercado. Às 06:31, o Stoxx 600 acumulava alta de 0,44%, o inglês FTSE subia 0,44$ e o alemão DAX avançava 0,33%.


EUA
Os índices futuros das bolsas de Nova York operam com sinal levemente positivo, bem próximas da estabilidade, após ontem o S&P 500 e o Nasdaq registrarem máximas históricas de fechamento, com o setor de tecnologia em destaque. Hoje, há expectativa por vários discursos de dirigentes do Federal Reserve bem como pelos dados de vendas no varejo e produção industrial dos EUA. Sinais de enfraquecimento dos indicadores podem ajudar, com a avaliação de que isso tenderia a adiantar cortes de juros pelo Fed. Às 06:45, o Dow Jones recuava 0,06%, o S&P 500 avançava 0,02% e o Nasdaq, 0,22%.


BRASIL
O Ibovespa permaneceu na linha dos 119 mil pontos pela quarta sessão consecutiva, tendo, como na sextafeira, testado os 118 mil pontos nas mínimas do dia. O índice da B3 oscilou entre 118.685,10 e 119.663,06, com a máxima da sessão correspondendo à abertura. Ao fim, mostrava perda de 0,44%, aos 119.137,86 pontos, novo piso de encerramento para o ano, com giro a R$ 17,5 bilhões na sessão. Em 2024, o Ibovespa recua 11,21%, o que o recoloca a níveis do começo de novembro passado, retroativos ao fechamento do dia 9 daquele mês.

No campo político, ontem ocorreu uma aguardada reunião entre o presidente Lula, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad e a ministra do Planejamento, Simone Tebet. Ao fim da reunião, Haddad disse que o presidente se “apropriou” dos números apresentados pela equipe econômica sobre a evolução de gastos federais com “bastante atenção”, e abriu espaço “importante” para a discussão do tema. “Foi uma reunião muito produtiva, senti o presidente bastante mais senhor dos números: se apropriou dos números com bastante atenção, abriu espaço importante de discussão dessas questões”, afirmou.


CÂMBIO
O dólar abriu a semana em alta firme e voltou a fechar acima de R$ 5,40. Apesar do ambiente externo desfavorável a divisas emergentes, em meio à nova rodada de avanço do retorno dos Treasuries, analistas afirmam que o real sofre com o aumento da percepção de risco doméstico. É crescente o desconforto com o quadro fiscal e a deterioração das expectativas de inflação em semana de decisão do Comitê de Política Monetária do Banco Central. Tirando uma baixa pontual e limitada na abertura dos negócios, o dólar à vista operou em alta no restante da sessão e chegou a superar pontualmente a linha de R$ 5,43 ao registrar máxima a R$ 5,4305 no meio da tarde. No fim do dia, a moeda avançava 0,74%, cotada a R$ 5,4219. Hoje, o dólar avança ante a libra e o iene, com impulso limitado, e oscila perto da estabilidade frente ao euro.


COMMODITIES
Os contratos futuros de petróleo operam com sinal negativo, após a alta de cerca de 2% vista ontem. Hoje, há expectativa por dados dos Estados Unidos, como a produção industrial e as vendas no varejo, bem como por declarações do Federal Reserve. Às 06:48, o WTI caía 0,53%, a US$ 79,55 o barril e o Brent recuava 0,37%, a US$ 84,04 o barril.


AGENDA
06:00 – CPI (EU)
06:00 – CPI Núcleo (EU)
09:30 – Vendas no Varejo (US)
09:30 – Núcleo de Vendas no Varejo (US)
10:15 – Produção Industrial (US)
11:00 – Discurso de Thomas Barkin, Membro do FOMC (US)
12:40 – Discurso de Susan Collins, Membro do Fed (US)
14:00 – Leilão de Títulos de 20 anos (US)
14:00 – Discurso de Lorie Logan, Membro do Fed (US)
14:00 – Discurso de Adriana Kugler, Membro do FOMC (US)
15:00 – Discurso de Goolsbee, Membro do Fed (US)
17:30 – Estoques de Petróleo Bruto Semanal API (US)
20:50 – Ata de Política Monetária do BoJ