Em véspera de feriado nos Estados Unidos, a agenda do dia traz diversos eventos econômicos importantes, com alguns sendo antecipados para hoje. Pela manhã saem dados sobre o mercado de trabalho americano, com dados sobre a variação de empregos medidos pelo ADP e pedidos iniciais por seguro-desemprego, e a ata da última reunião do FOMC. No cenário doméstico, saem os dados de produção industrial e a balança comercial, enquanto o investidor aguarda mais informações sobre a reunião marcada para hoje por Lula para falar sobre a alta recente do dólar.
ÁSIA E PACÍFICO
As bolsas asiáticas fecharam sem direção única nesta quarta-feira, com a maioria delas impulsionadas por novas máximas históricas em Wall Street e as chinesas pressionadas por dados fracos de atividade de serviços.
O índice japonês Nikkei subiu 1,26%, enquanto o Hang Seng avançou 1,18% em Hong Kong, o Taiex registrou ganho de 1,28% em Taiwan, e o sul-coreano Kospi garantiu alta de 0,47%.
Na China continental, por outro lado, os mercados ficaram no vermelho após pesquisa da S&P Global/Caixin mostrar que o PMI de serviços chinês caiu para 51,2 em junho, vindo abaixo das expectativas e atingindo o menor nível em oito meses. O índice Xangai Composto recuou 0,49%, e o menos abrangente Shenzhen Composto teve baixa de 0,78%.
Na Oceania, a bolsa australiana seguiu o tom majoritariamente positivo da Ásia, e o S&P/ASX 200 avançou 0,28% em Sydney, depois de recuar nos dois pregões anteriores.
EUROPA
As bolsas europeias abriram em alta nesta quarta-feira, ensaiando recuperação das perdas de ontem, enquanto investidores repercutem PMIs de serviços da zona do euro, assim como dados do mercado de trabalho americano.
O índice de gerentes de compras de serviços da zona do euro caiu de 53,2 em maio para 52,8 em junho, atingindo o menor nível em três meses, segundo pesquisa final divulgada hoje pela S&P Global em parceria com o Hamburg Commercial Bank.
A leitura definitiva de junho, porém, ficou acima da estimativa preliminar e da previsão de analistas consultados pela FactSet, de 52,6 em ambos os casos.
Já o PMI composto do bloco, que engloba serviços e indústria, recuou de 52,2 para 50,9 no mesmo período, igualmente tocando o menor patamar em três meses. Também neste caso, o resultado superou levemente a prévia e o consenso da FactSet, de 50,8.
Apesar das quedas, as leituras acima da marca de 50 indicam expansão da atividade econômica na zona do euro, mas em ritmo mais comedido.
Às 06:44, o Stoxx 600 avançava 0,77%, o inglês FTSE subia 0,59%, o alemão DAX ganhava 0,96% e o francês CAC40 acumulava 1,29% ao valor de mercado.
EUA
Os índices futuros das bolsas de Nova York operam em leve alta na manhã desta quarta-feira, após as novas máximas históricas do S&P 500 e Nasdaq ontem, enquanto investidores aguardam uma série de dados econômicos dos EUA na véspera do feriado de 4 de julho, incluindo o relatório da ADP sobre criação de empregos pelo setor privado e PMIs de serviços, além da ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve.
Ontem, as bolsas de Nova York tiveram ganhos generalizados, com novos recordes dos índices Nasdaq e S&P 500, à medida que a ação da Tesla saltou mais de 10% após a montadoras de veículos elétricos de Elon Musk divulgar vendas trimestrais acima do esperado.
Às 07:03, no mercado futuro, o Dow Jones subia 0,21%, enquanto o S&P 500 avançava 0,13% e o Nasdaq acumulava 0,15% ao valor de mercado.
BRASIL
Apesar do prosseguimento da pressão no câmbio, que colocou o dólar a R$ 5,70 na máxima desta terça-feira, o Ibovespa avançava para a linha dos 125 mil pontos, cedida nos ajustes finais, pouco acima da estabilidade no fechamento e no maior nível desde 22 de maio, então aos 125.650,03. Hoje, o índice da B3 oscilou dos 124.310,24 aos 125.490,73 pontos, saindo de abertura aos 124.720,19 pontos. Ao fim, mostrava leve ganho de 0,06%, aos 124.787,08 pontos, com giro a R$ 20,0 bilhões. Na semana e no mês, sobe 0,71%, limitando a perda do ano a 7,00%.
CÂMBIO
Após tocar R$ 5,70 no início da tarde, o dólar à vista perdeu fôlego na última hora de negócios e encerrou o dia cotado a R$ 5,6648, avanço de 0,20%. Foi a terceira sessão consecutiva de alta da divisa, que já acumula valorização de 1,37% nos dois primeiros pregões de julho, o que leva os ganhos no ano a 16,72%. O real é a moeda que mais perde em relação ao dólar em 2024.
A diminuição da alta do dólar por aqui se deu em meio a um aprofundamento das perdas da moeda americana no exterior e a rumores de que o Banco Central teria consultado tesourarias para uma eventual intervenção no câmbio, com oferta de swaps ou até mesmo moeda à vista. A maioria dos analistas afirma que não é o momento de o BC intervir, uma vez que não haveria “disfuncionalidade” no mercado, mas apenas uma alta mudança de nível de taxa de câmbio provocada por aumento da percepção de risco.
O mercado de câmbio local teve novos picos de estresse com mais uma rodada de críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, a quem atribuiu “viés político”. Lula classificou a depreciação recente do real como “um ataque especulativo” e convocou uma reunião amanhã para tratar do tema, argumentando que é preciso “fazer alguma coisa”.
Hoje, o dólar cai ante euro e libra, enquanto investidores aguardam uma série de dados europeus e dos EUA, incluindo PMIs de serviços e o relatório da ADP sobre criação de empregos pelo setor privado americano, além da ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve.
COMMODITIES
Os contratos futuros de petróleo iniciaram a sessão de hoje em alta, revertendo parte das perdas da sessão anterior, após relatos de que o volume de petróleo bruto estocado nos EUA sofreu forte queda de 9,16 milhões de barris na última semana, segundo pesquisa do American Petroleum Institute (API), mas voltou a entrar no viés negativo e opera em baixa às 06:48, com o WTI caindo 0,36%, cotado a $82,48, e o Brent recuando 0,29%, a $86,29. Nas próximas horas, o Departamento de Energia (DoE) americano divulga levantamento oficial sobre estoques de petróleo e derivados dos EUA.
AGENDA
A partir de 13h: Feriado da Independência (EUA)
04:55 – PMI Composto (ALE)
04:55 – PMI do Setor de Serviços (ALE)
05:00 – PMI Composto (EUR)
05:00 – PMI do Setor de Serviços (EUR)
05:30 – PMI Composto (ING)
05:30 – PMI do Setor de Serviços (ING)
06:00 – PPI (EUR)
08:00 – Discurso de John Williams, Membro do FOMC (EUA)
09:00 – Produção Industrial (EUA)
09:15 – Variação de Empregos Privados ADP (EUA)
09:30 – Pedidos Iniciais por Seguro-Desemprego (EUA)
09:30 – Balança Comercial (BRA)
10:45 – PMI Composto (EUA)
10:45 – PMI do Setor de Serviços (EUA)
11:00 – PMI ISM Não-Manufatura (EUA)
11:30 – Estoques de Petróleo Bruto (EUA)
11:30 – Estoques de Petróleo em Cushing (EUA)
11:30 – Relatório Semanal da AIE (EUA)
15:00 – Ata do FOMC (EUA)
15:00 – Balança Comercial (BRA)