PANORAMA GLOBAL 05/07/24

No encerramento da primeira semana do semestre, o destaque do dia fica por conta do relatório de empregos (Payroll) nos Estados Unidos, que pode carimbar um corte de juros na reunião de setembro. Junto ao dado, vale observar com total relevância para os dados da taxa de desemprego e o ganho médio por hora trabalhada.

ÁSIA E PACÍFICO

As bolsas asiáticas fecharam sem direção única nesta sexta-feira, enquanto investidores aguardam novos dados do mercado de trabalho dos EUA, que podem influenciar a trajetória dos juros básicos americanos.

O índice japonês Nikkei ficou estável após renovar máxima histórica no pregão anterior, enquanto o sul-coreano Kospi avançou 1,32%, atingindo o maior nível em 29 meses, após tanto a Samsung Electronics (alta de 3%) quanto a LG Electronics (alta de 2,7%) estimarem forte avanço nos lucros trimestrais, o Hang Seng caiu 1,27% em Hong Kong e o taiwanês Taiex registrou leve alta de 0,14%.

Na China continental, os mercados ficaram mistos, com baixa de 0,26% do Xangai Composto e alta de 0,52% do menos abrangente Shenzhen.

Na Oceania, a bolsa australiana encerrou a sessão no vermelho, pressionada por ações de bancos e mineradoras. O S&P/ASX 200 caiu 0,12%.

EUROPA

As bolsas europeias abriram majoritariamente em alta nesta sexta-feira, após o Partido Trabalhista do Reino Unido confirmar o favoritismo e garantir vitória histórica nas eleições gerais britânicas, tirando os conservadores do poder após 14 anos de governos consecutivos. Nas próximas horas, investidores vão acompanhar dados do varejo do Reino Unido e o relatório de emprego dos EUA.

Às 06:43, o Stoxx 600 avançava 0,43%, o inglês FTSE subia0,26% e o alemão DAX acumulava 0,93% ao valor de mercado.

EUA

Os índices futuros das bolsas de Nova York operam em leve alta na manhã desta sexta-feira, sugerindo que Wall Street voltará com tom positivo do feriado do Dia da Independência, que deixou os mercados dos EUA fechados ontem. Nas próximas horas, investidores vão acompanhar o relatório de emprego dos EUA, o chamado payroll, que é crucial para a trajetória dos juros básicos americanos. Às 06:44, no mercado futuro, o Dow Jones subia 0,03%, o S&P 500 avançava 0,01% e o Nasdaq tinha ganho de 0,08%.

BRASIL

O anúncio na noite de quarta pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de que o governo cortará quase R$ 26 bilhões em despesas obrigatórias, em 2025, contribuiu para melhorar o humor dos investidores com relação aos ativos brasileiros desde a abertura do pregão desta quinta-feira. Assim, o Ibovespa, mesmo sem a descompressão aguda observada no câmbio e na curva de juros doméstica, obteve a quarta alta consecutiva, aos 126.163,98 (+0,40%), que o mantém no maior nível desde 21 de maio, nos encerramentos.

Com o feriado de 4 de julho nos Estados Unidos, sem negócios em Nova York, o giro se enfraqueceu a R$ 16,4 bilhões. Na semana e no mês, o Ibovespa avança 1,82%, limitando a perda do ano a 5,98%.

A leve alta na B3 foi condicionada, em especial, pelo desempenho negativo de Petrobras (ON -1,35%, PN -1,37%) e de Vale (ON -0,50%), apesar de novo avanço tanto para os preços do petróleo como do minério de ferro, bem mais discreto na commodity de energia (Brent +0,10%) do que na metálica (+1,7% em Dalian).

Na ponta positiva do Ibovespa, Vamos (+8,43%), Pão de Açúcar (+7,33%), Lojas Renner (+6,44%) e Eztec (+5,15%). No lado oposto, além das ações de Petrobras, destaque também para Natura (-2,56%), CSN Mineração (-1,99%) e RaiaDrogasil (-1,80%).

CÂMBIO

A promessa feita pelo governo, de cortar despesas obrigatórias em 2025, contribuiu para que o dólar continuasse o movimento de queda iniciado na quarta em relação ao real, deflagrado por um discurso mais claro do Planalto em defesa do ajuste fiscal e por um rumor de que o Banco Central teria consultado o mercado sobre a necessidade de maior liquidez no câmbio.

O dólar à vista caiu 1,47%, a R$ 5,4864, com máxima de R$ 5,5083 (-1,08%) e mínima de R$ 5,4668 (-1,82%) na sessão.

Hoje, a divisa americana cai ante outras moedas fortes, com a libra avançando após a vitória dos trabalhistas nas eleições gerais do Reino Unido, enquanto investidores aguardam dados do varejo da zona do euro e o relatório de emprego dos EUA.

COMMODITIES

Os contratos futuros do petróleo operam perto da estabilidade na manhã desta sexta-feira, se encaminhando para fechar a semana com ganhos em meio a sinais de forte demanda dos EUA durante o verão e expectativas de que os juros básicos americanos serão cortados neste segundo semestre. Nas próximas horas, investidores vão acompanhar o relatório de emprego dos EUA que é crucial para a trajetória dos juros do país. Às 06:51, o barril do petróleo WTI subia 0,29%, a US$ 83,84 e o do Brent recuava 0,31%, a US$ 87,24.

AGENDA

06:40 – Discurso de John Williams, Membro do FOMC (EUA)

09:30 – Relatório de Empregos Payroll (EUA)

09:30 – Ganho Médio por Hora (EUA)

09:30 – Taxa de Desemprego (EUA)

12:00 – Relatório de Política Monetária do Fed (EUA)

14:00 – Contagem de Sondas Baker Hughes (EUA)

14:15 – Discurso de Christine Lagarde, Presidente do BCE (EUR)