ASIA
As bolsas da Ásia fecharam sem direção única hoje, à medida que a confluência de incertezas econômicas manteve a pressão sobre os negócios chineses. Na contramão, o anúncio de investimento bilionário da Microsoft em inteligência artificial promoveu um frisson entre ações de tecnologia, que se traduziu em fortes ganhos aos mercados de Seul e Taiwan.
Em Hong Kong, o índice Hang Seng encerrou a sessão em baixa de 0,36%. Na China continental, o Xangai Composto caiu 0,14%, a 3.206,92 pontos, enquanto o índice Shenzhen Composto cedeu 0,38%.
No Japão, o índice Nikkei recuou 1,47% na volta de feriado prolongado que suspendeu as operações nos últimos pregões. Por outro lado, o sul-coreano Kospi subiu 1,91%. Entre os destaques, a fabricante de chips de memória SK Hynix saltou 9,84% e Samsung Electronics ganhou 2,76%, depois que a Microsoft anunciou planos de investir cerca de US$ 80 bilhões na construção de data centers para treinar modelos de IA e aplicações de nuvem em escala global. Na esteira, TSMC se elevou 4,65% em Taiwan, onde o índice Taiex avançou 2,79%.
EUROPA
As bolsas da Europa abriram a primeira semana completa do ano com ganhos, à exceção de Londres. Os mercados acionários ensaiam recuperação após as perdas da última sexta-feira, enquanto aguardam a divulgação de índices de gerentes de compras da zona do euro, Alemanha e Reino Unido, além da inflação ao consumidor alemã, nas próximas horas. Às 06:33, a Bolsa de Londres caía 0,14%, sob o peso de mineradoras como Rio Tinto (-0,85%) e Anglo American (-0,51%). Por outro lado, Frankfurt subia 0,48%, Paris avançava 0,70.
EUA
Os futuros americanos operam em alta na manhã desa segunda-feira, com destaque para o índice Nasdaq, que contempla as empresas de tecnologia, que sobe 0,61%, às 06:35, impulsionado pelo bom humor gerado após anúncio de que a Microsoft pretende investir $80 bilhões na construção de datacenters para treinamento dos sistemas de IA. No horário citado à cima, o índice S&P500 avançava 0,38% enquanto o Dow Jones acumulava 0,10% ao valor de mercado.
BRASIL
O rebaixamento das ações brasileiras pelo HSBC para underweight se somou a outros fatores que minavam o apetite ao risco nesta sexta-feira, como as incertezas com o quadro fiscal e com o ritmo de crescimento da China, além da expectativa de que o governo de Donald Trump seja mais protecionista. A liquidez no segundo pregão de 2025 foi reduzida assim como na véspera, em meio a uma agenda escassa. Nem mesmo a alta das bolsas de Wall Street foi capaz de impulsionar a referência da B3, que fechou em seu menor valor em pontos desde 6 de novembro de 2023.
Com giro de apenas R$ 20,3 bilhões, aquém da média de cerca de R$ 23 bilhões, o Ibovespa encerrou o segundo pregão de 2025 em baixa de 1,33%, aos 118.532,68 pontos, e acumulou desvalorização de 1,44% na semana. Das 87 ações que compõem o Ibovespa, só 10 subiram nesta sexta-feira.
O HSBC descreveu o Brasil como uma “armadilha clássica de valor”, visto que o valuation parece barato, com Preço por Lucro projetado para 12 meses em 6,6 vezes, mas mencionando que ainda assim dificilmente haverá um re-rating até que haja uma queda da taxa de juros e do retorno oferecido pelos títulos de renda fixa, o que pode não ocorrer antes do segundo semestre.
Outro fator externo que pressionou o Ibovespa foi, assim como ontem, a incerteza sobre o ritmo de crescimento da economia chinesa. Blue chips de commodities recuaram, vide Vale (-1,86%) e Petrobras PN (-1,06%) e ON (-0,35%) – a estatal inclusive ignorou a alta de 1,13% (WTI, a US$ 73,96) e 0,76% (Brent, a US$ 76,51) do petróleo.
O Banco do Povo da China (PBoC) repetiu a promessa de implementar cortes de compulsórios bancários e de juros em algum momento ainda não definido neste ano.
CÂMBIO
Depois de oscilar entre perdas e ganhos, o dólar subiu na comparação com o real, ganhando força na reta final do pregão, em paralelo ao movimento observado no mercado de Treasuries, onde as taxas de juros avançaram. A queda nos preços de boa parte das commodities também colaborou para a alta do dólar, após dois dias seguidos de desvalorização da moeda americana. A taxa de câmbio, porém, segue próxima do nível observado antes do recesso de Natal, devido ao volume reduzido de negócios no final do ano passado e no início deste ano.
O dólar à vista avançou 0,32%, para R$ 6,1821, mas chegou a cair 0,42% na mínima, a R$ 6,1362, e a subir 0,61% na máxima da sessão, a R$ 6,2002. Na semana, o dólar à vista caiu 0,18%.
COMMODITIES
Os contratos futuros de petróleo operam em baixa e ensaiam correção após terem alcançado maiores níveis desde outubro mais cedo na sessão. Com a volta de Donald Trump à Casa Branca, investidores embutem prêmio geopolítico nas cotações. Às 06:50, o barril do WTI para fevereiro caía 0,37%, a US$ 73,69, e o do Brent para março recuava 0,38%, a US$ 76,22.
O minério de ferro fechou a última janela de verificação em Dalian recuando 2,21%, cotado a 751 yuanes, com a desconfiança em relação aos estímulos chineses para aquecer a economia, que vem sendo prometido mas, por hora, não cumpridos.
AGENDA
05:55 – PMI Composto (ALE)
05:55 – PMI do Setor de Serviços (ALE)
06:00 – PMI Composto (EUR)
06:00 – PMI do Setor de Serviços (EUR)
06:30 – PMI Composto (ENG)
06:30 – PMI do Setor de Serviços (ENG)
08:25 – Boletim Focus (BRA)
10:00 – CPI (ALE)
11:30 – Discurso de Lisa Cook, Membro do Fed (EUA)
11:45 – PMI Composto (EUA)
11:45 – PMI do Setor de Serviços (EUA)