PANORAMA GLOBAL 12/07/24

A agenda desta sexta-feira traz os dados de inflação ao produtor nos Estados Unidos, além das expectativas do consumidor medidas pela Universidade de Michigan. No cenário doméstico, saem os dados de vendas no varejo e o fluxo cambial estrangeiro.

ÁSIA E PACÍFICO

As bolsas asiáticas fecharam sem direção única nesta sexta-feira, à medida que a de Tóquio interrompeu uma sequência de máximas históricas, depois de forte avanço do iene, e as chinesas pouco se alteraram após dados locais mistos de comércio externo.

Liderando as perdas na Ásia, o índice japonês Nikkei caiu 2,45% pressionado por ações de eletrônicos e financeiras, depois de avançar a níveis recordes nos três pregões anteriores. Ontem, o iene se fortaleceu de maneira incomumente acentuada após o relatório de inflação ao consumidor dos EUA, que veio abaixo do esperado, gerando especulação sobre possível intervenção cambial por parte do governo do Japão. O ministro de Finanças do país, Masato Kanda, não quis comentar o assunto.

Na China continental, o Xangai Composto terminou a sessão em alta marginal de 0,03%, enquanto o menos abrangente Shenzhen Composto apresentou modesta baixa de 0,14%, na esteira de números da balança comercial. Em junho, as exportações chinesas mostraram expansão anual de 8,6%, maior do que se previa, mas as importações sofreram uma inesperada queda de 2,3%. Investidores também estão na expectativa pela reunião mais importante do ano do Partido Comunista Chinês, o Terceiro Plenário, que começa na segunda-feira.

Em outras partes da região asiática, o Hang Seng avançou 2,59% com a ajuda de ações de tecnologia, enquanto o sul-coreano Kospi recuou 1,19% após três dias seguidos de ganhos, e o taiwanês Taiex amargou perda de 1,94%.

Na Oceania, a bolsa australiana alcançou patamar inédito, impulsionada por ações de empresas em capitalização de mercado. O S&P/ASX 200 avançou 0,88%, superando o recorde anterior, de março.

 

EUROPA

As bolsas do velho continente operam em alta na manhã desta sexta-feira, estendendo ganhos dos dois pregões anteriores, ainda animadas com a maior possibilidade de cortes de juros nos EUA e também impulsionadas por ações de telecomunicações.

O apetite por risco na Europa persiste após dados da inflação ao consumidor dos EUA, divulgados ontem, virem abaixo do esperado, melhorando as chances de que o Federal Reserve comece a reduzir juros neste semestre, possivelmente a partir de setembro.

Às 07:23, o Stoxx 600 sobe 0,26%, impulsionado pelo setor de telecomunicações. Na Inglaterra, o FTSE avança 0,18%, enquanto o alemão DAX sobe 0,24% e o francês CAC40 acumula 0,60% ao valor de mercado.

EUA

Os índices futuros das bolsas de Nova York operam perto da estabilidade na manhã desta sexta-feira, após o comportamento misto de Wall Street no último pregão, quando o índice de inflação ao consumidor americano apresentou recuo importante para as perspectivas de cortes de juros no país, o que impulsionou o índice Dow Jones para um fechamento positivo e o Nasdaq para um fechamento negativo, mostrando uma realização das altas recentes. Hoje, investidores nos EUA aguardam dados da inflação ao produtor, assim como pesquisa sobre confiança do consumidor e expectativas de inflação. Também nas próximas horas, grandes bancos americanos, incluindo JP Morgan, divulgam balanços trimestrais. Às 4h20 (de Brasília), no mercado futuro, o Dow Jones subia 0,08%, o S&P 500 se mantinha estável e o Nasdaq caía 0,16%.

No campo político, O presidente Joe Biden disse que não vai desistir da corrida eleitoral, e que está “determinado” a enfrentar Donald Trump no pleito de novembro. Ele reconheceu, durante coletiva de imprensa, que outros nomes também poderiam vencer a eleição pelo lado democrata, mas que ele se considera a melhor pessoa para governar o país. Os questionamentos sobre a condição de saúde de Biden para a corrida eleitoral vieram após o debate presidencial ocorrido no mês passado, quando Biden mostrou pouca agilidade e retórica para combater Trump. Ontem inclusive, em discursos ao longo do dia, Joe Biden confundiu sua vice-presidente, Kamala Harris, ao chama-la de “Trump” e também trocou as bolas quando, ao anunciar o presidente da Ucrânia para o púlpito, chamou por “presidente Putin” ao invés de Volodymyr Zelensky.

No mundo corporativo, a temporada de balanços nos Estados Unidos traz os números de grandes bancos hoje, incluindo JPMorgan, Wells Fargo e Citigroup.

BRASIL

O Ibovespa segue invicto desde o começo de julho, chegando ao nono ganho consecutivo, o que iguala em extensão a sequência de fevereiro de 2018. No pregão desta quinta-feira, subiu 0,85%, a 128.293,61 pontos, entre mínima de 127.220,95, da abertura, e máxima de 128.326,23, do fim da tarde. Na ponta ganhadora, destaque para a TIM (+4,10%), Rumo (+3,40%) e Braskem (+3,27%). Já na fila contrária, Transmissão Paulista (-1,53%), Alpargatas (-1,48%) e Hypera (-1,44%) se destacaram negativamente.

No campo político, apesar de progressos como o avanço da regulamentação da reforma tributária na Câmara, analistas entendem que a equipe econômica ainda tem um milhão de batalhas pela frente. Na quarta-feira, o primeiro texto da regulamentação da reforma tributária foi aprovado pela Câmara, o que contribui para a recuperação do humor, além de dados do IBGE, que trouxeram crescimento de 1,2% nas vendas do varejo, acima do esperado para maio ante abril.

CÂMBIO

O dólar à vista encerrou a sessão desta quinta-feira em alta de 0,55%, cotado a R$ 5,4426. Pela manhã, a moeda chegou a ser negociada abaixo de R$ 5,40, em sintonia com o exterior, após a surpreendente deflação ao consumidor nos EUA aumentar as apostas em cortes de juros pelo Federal Reserve neste ano.

Operadores e analistas ouvidos pelo Broadcast atribuíram o escorregão do real na segunda etapa de negócios a ajustes técnicos nos quais investidores realizam lucros e buscam reequilibrar posições.

Hoje, a divisa americana opera perto da estabilidade ante euro e libra, mas avança frente ao iene, após ser derrubado pelo CPI dos EUA mais fraco do que o esperado. Sem destaques na Europa, o foco hoje continua sendo os EUA, que divulgam dados da inflação ao produtor, assim como pesquisa sobre confiança do consumidor e expectativas de inflação.

COMMODITIES

Os contratos futuros do petróleo operam em alta na sessão desta sexta-feira, ampliando ganhos das duas sessões anteriores, ainda sustentados por maiores chances de cortes de juros nos EUA após o relatório do CPI mais fraco do que o esperado. Hoje, mais dados de inflação serão divulgados nos EUA. Às 07:12, o barril do petróleo WTI subia 1,02%%, a US$ 83,47, e o do Brent avançava 0,74%%, a US$ 86,04.

Já o minério de ferro fechou a última janela de negociação em Dalian com alta de 0,3%, cotado a ¥827 yuanes por tonelada.

AGENDA

00:00 – Exportações (CHI)

00:00 – Importações (CHI)

00:00 – Balança Comercial (CHI)

09:30 – PPI (EUA)

09:30 – Núcleo do PPI (EUA)

11:00 – Expectativas de Inflação de Michigan (EUA)

11:00 – Confiança do Consumidor de Michigan (EUA)

14:30 – Fluxo Cambial Estrangeiro (BRA)