PANORAMA GLOBAL 13/01/25

A agenda do dia é esvaziada de eventos econômicos relevantes, contando somente com os dados da balança comercial chinesa logo no início da madrugada e o Boletim Focus no Brasil. Mas as tensões geopolíticas e repercussões sobre o mercado de trabalho americano entregam volatilidade para o dia.

 

ÁSIA

As bolsas asiáticas fecharam no vermelho no primeiro pregão da semana, com investidores ponderando preocupações com a economia da China e repercutindo os movimentos de Wall Street na semana passada, após o relatório de empregos dos EUA sinalizar resiliência do mercado de trabalho e afastar corte de juros pelo Federal Reserve. No Japão, as bolsas ficaram fechadas devido à um feriado local.

Na China, o Xangai Composto recuou 0,27% enquanto o honconguês Hang Seng perdeu 1% do valor de mercado. Investidores ponderam os dados da balança comercial chinesa divulgada nesta madrugada, que teve superávit nas exportações acima do esperado, conforme empresas tentam acelerar os envios de mercadorias antes da elevação de tarifas prometidas por Trump. Contudo, o dado foi insuficiente para aliviar as preocupações com a economia do gigante asiático, em semana que será marcada pela divulgação do PIB do país no quarto trimestre de 2024.

Em outras partes de ásia, o taiwanês TAIEX caiu 2,28%, pressionado pelo tombo de grandes empresas locais, enquanto ações relacionadas à semicondutores e commodities pesaram no sul-coreano Kospi, que entregou 1,05% do valor de mercado.

 

EUROPA

As bolsas da Europa abriram no vermelho nesta segunda-feira, com o sentimento de risco fragilizado na esteira de perdas em Wall Street e escalada de rendimentos de títulos soberanos. Analistas apontam que preocupações com possível adiamento nos cortes de juros do Federal Reserve (Fed) pesam sobre ações em nível global. Investidores europeus ainda acompanham nesta semana a ata do Banco Central Europeu (BCE), a ser divulgada na quinta-feira. Às 06:45, o Euro Stoxx 50 recuava 0,92%, o inglês FTSE recuava 0,39% e o alemão DAX apresentava perda de 0,69%.

 

EUA

Os futuros das bolsas de Nova York operam em queda na manhã de hoje, estendendo perdas registradas na semana passada, pressionados por temores sobre a inflação nos EUA e efeitos sobre a política monetária do Federal Reserve. Analistas observam que a leitura forte do payroll e a recente postura mais hawkish dos dirigentes do BC americano ampliam a expectativa pelo índice de preços ao consumidor nesta quarta-feira e para o início da temporada de balanços, começando pelos resultados de grandes bancos americanos. Ipek Ozkardeskaya, analista do Swissquote, avalia que o sentimento de risco começa a semana em estado frágil, sujeito também ao nível elevado dos juros dos Treasuries. Às 06:50, o futuro do Dow Jones caía 0,53%, o do S&P 500 cedia 0,87% e o do Nasdaq tinha perdas de 1,35%.

 

BRASIL

O Ibovespa obteve leve ganho de 0,27% na primeira semana completa do ano, após retração de 1,44% na anterior Na sexta-feira, o índice voltou a retroceder ao nível de 118 mil pontos, que não era visto em fechamento desde novembro de 2023. No encerramento, o Ibovespa marcava 118.856,48 pontos, em baixa de 0,77%, com giro a R$ 19,7 bilhões.

O dia foi positivo para os carros-chefes das commodities, Vale (ON +0,57%) e Petrobras (ON +0,49%, PN +0,27%), mas negativo para as ações de grandes bancos (Itaú PN -1,38%, Bradesco PN -1,24%). Embora moderado no fim da sessão, o desempenho de Petrobras foi assegurado pelo forte avanço das cotações do petróleo em Londres e Nova York, superior a 3% no fechamento, em reação à notícia de que os Estados Unidos adotarão novas sanções contra a Rússia, o que pode levar grandes consumidores da commodity, como a Índia, a buscar alternativas de fornecimento.

Na ponta ganhadora do Ibovespa, CSN (+3,76%), IRB (+3,67%) e CSN Mineração (+2,97%). No lado oposto, TIM (-5,02%), Localiza (-4,66%) e B3 (-3,92%).

 

CÂMBIO

O dólar encerrou a sessão desta sexta-feira em alta firme no mercado doméstico, acompanhando a onda de fortalecimento da moeda americana no exterior. Dados acima do esperado da geração de empregos nos EUA reforçaram a leitura de que há menos espaço para corte de juros pelo Federal Reserve daqui para frente, o que jogou as taxas dos Treasuries para cima e castigou divisas emergentes.

Por aqui, o IPCA de dezembro veio praticamente em linha com o esperado, confirmando o estouro da meta de inflação em 2024. A abertura do índice foi considerada ruim, com pressões em núcleos e serviços, levando diversas casas a revisar para cima a projeção para o IPCA deste ano.

Analistas consideram que o quadro inflacionário desafiador, que deve ser enfrentado por um Banco Central composto em sua maioria por indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e as dúvidas no campo fiscal tendem a limitar o apetite por ativos domésticos.

Com máxima a R$ 6,1248 pela manhã, o dólar à vista fechou em alta de 1,00%, cotado a R$ 6,1024. As perdas da moeda brasileira foram de magnitude similar a de dois de seus principais pares, o peso mexicano e rand sul-africano. Apesar do avanço, o dólar terminou a semana em baixa de 1,29%, com o real apresentando desempenho superior ao de pares no período.

 

COMMODITIES

O petróleo avança quase 2% nesta segunda-feira, impulsionado por tensões geopolíticas e sanções contra empresas da Rússia, apesar da alta do dólar e do sentimento de risco fragilizado em mercados globais. Analista do Swissquote, Ipek Ozkardeskaya nota que as sanções anunciadas pelos EUA e pelo Reino Unido contra duas grandes empresas de petróleo russo formam um conjunto importante de medidas, que devem contrapor o superávit previsto pela Agência Internacional de Energia em 2025. Ainda nesta manhã, traders repercutem nas redes sociais relatos de tentativas de ataques da Ucrânia contra instalações de gás da Turkstream na Rússia e acompanham negociações sobre cessar-fogo em Gaza. Às 06:48, o petróleo WTI para fevereiro subia 1,12%, a US$ 76,60 o barril, e o Brent para março avançava 1,17%, a US$ 80,69 o barril.

 

AGENDA

00:00 – Exportações (CHI)

00:00 – Importações (CHI)

00:00 – Balança Comercial (CHI)

08:25 – Boletim Focus (BRA)