PANORAMA GLOBAL 16/10/24

A agenda do dia é esvaziada de eventos econômicos relevantes, deixando o investidor atento aos balanços corporativos, que ganham força nos Estados Unidos, com a temporada sendo iniciada pelo setor financeiro. No Brasil, o investidor fica no aguardo pelos dados de produção e vendas da Vale referentes ao terceiro trimestre.

 

ÁSIA E PACÍFICO

As bolsas asiáticas fecharam majoritariamente no negativo no pregão desta quarta-feira, após um sentimento de negativo tomar conta das ações relacionadas ao setor de tecnologia, principalmente de fabricação de chips, com as projeções preocupantes da gigante ASML Holding, divulgadas ontem. O índice Hang Seng, em Hong Kong, recuou 0,16% enquanto o japonês Nikkei 225 caiu 1,87% e o sul-coreano Kospi perdeu 0,88% do valor de mercado. Na China, a aversão ao risco foi equilibrada pelo bom desempenho do setor imobiliário, enquanto o investidor mais exposto ao setor se prepara para coletiva de imprensa do Ministro de Habitação chinês, junto a autoridades monetárias do BC e do governo, marcada para amanhã. O índice Xangai Composto fechou próximo da estabilidade, com leve alta de 0,09%.

 

EUROPA                                     

Na Europa, as bolsas trabalham no negativo em reflexo ao desempenho das empresas de tecnologia na China e ao setor de luxo. Às 06:51, o Euro Stoxx 50 recuava 0,73%, o alemão DAX caia 0,52% e o francês CAC40 perdia 0,51% do valor de mercado.

A exceção ficou por conta da bolsa inglesa, com o índice FTSE subindo 0,64%. Mais cedo, foram divulgados os números de inflação ao consumidor, apresentando um recuo significativo, o que impulsionou a libra para uma queda mais significativa, com a perspectiva de juros mais baixos por lá.

 

EUA

Os futuros americanos operam dentro da neutralidade na manhã de hoje, após pregão negativo na terça feira, onde o S&P500 recou 0,76% e o Nasdaq Composto caiu 0,98%, liderados pelas ações da Nvidia que, após renovar máxima histórica no início da semana, fechou com queda de 4,69%, embalada pelo sentimento em relação ao setor de fabricação de chips na China.

Na seara política, ontem o candidato à presidência americana, Donald Trump, participou de entrevista no Economic Club de Chicago, conduzida pelo editor-chefe da Bloomberg, John Micklethwait, onde defendeu seus planos de reformar a economia americana através do aumento das taxações e contato mais direto com o Federal Reserve, argumentando que suas políticas resultariam no crescimento da economia do país, apesar do consenso de mercado que as medidas impulsionariam a inflação e a dívida nacional. Trump rejeitou repetidamente que suas medidas pudessem interromper a cadeia de suprimentos ou pressionar pequenas empresas, dizendo que as empresas voltariam rapidamente a fabricar em território nacional.

Na questão polêmica sobre imigração, Trump disse que o plano de deportar imigrantes sem documentação seria compensado por um incentivo à imigração legal e que sua liderança inspiraria lealdade da população americana.

 

BRASIL

A bolsa brasileira fechou dentro da estabilidade, com alta de 0,03%, aos 131.043 pontos, depois de uma sessão pressionada pela queda das commodities, com destaque negativo para a Petrobrás (ON -1,14% e PN -0,82) que refletiu a derrocada do petróleo no exterior, e a Vale, que recuou 1,23% com o mercado à espera dos números de produção e vendas do terceiro trimestre.

No campo político, a equipe econômica parece estar focada na agenda de revisão de gastos, esperando que as medidas promovam um corte de aproximadamente 30 bilhões de reais em 2025. O plano será apresentado ao presidente Lula depois do fim das eleições municipais para seguir para o Congresso.

 

CÂMBIO

O dólar fechou em forte alta frente ao real, avançando 1,33%, valendo R$5,6570, acompanhando o movimento da divisa americana em relação aos pares emergentes. Hoje, a moeda opera dentro da estabilidade ante à cesta DXY, com exceção da Libra, que perde 0,40% devido à perspectiva de juros mais baixos no Reino Unido.

 

COMMODITIES

Os contratos futuros de petróleo estendem a queda iniciada ontem, com recuo de mais de 4%, impulsionado por diversos fatores. A Agência Internacional de Energia cortou, pelo terceiro mês seguido, a projeção de demanda global para a commodity em 2024, que se uniu aos baixos números importações chinesas, para empurrar o barril do óleo para o campo negativo. Além disso, a notícia de que Israel teria sinalizado para os EUA que não pretende atacar áreas de produção e armazenamento iranianas, diminuiu o clima de tensão em relação ao fornecimento de petróleo, catalisando o viés de venda. Hoje, às 07:17, o barril do WTI era negociado a $70,42, recuo de 0,23%, enquanto o do Brent caia 0,26%, negociado a $74,05.

 

AGENDA

03:00 – CPI (ING)

03:00 – CPI Núcleo (ING)

03:00 – PPI (ING)

03:00 – PPI Núcleo (ING)

15:40 – Discurso de Christine Lagarde, Presidente do BCE (EUR)

17:30 – Estoques de Petróleo Bruto Semanal API (EUA)

20:50 – Balança Comercial Ajustada (JAP)