PANORAMA GLOBAL 18/07/24

A agenda do dia destaca a decisão de política monetária pelo Banco Central Europeu, que acontece logo pela manhã, e é sucedida pela coletiva de imprensa de sua presidente, Christine Lagarde. Nos Estados Unidos, o investidor acompanha dados sobre o mercado de trabalho local, com os pedidos por seguro-desemprego, além do pronunciamento de autoridades monetárias do Federal Reserve.

ÁSIA E PACÍFICO

As bolsas asiáticas fecharam sem direção única nesta quinta-feira, com parte delas afetadas pelo tombo das ações de tecnologia em Nova York ontem e as de Xangai e de Hong Kong aguardando o resultado de uma reunião de líderes chineses.

O foco do mercado foi fabricantes de chips após a Bloomberg noticiar que os EUA consideram aplicar as restrições mais severas disponíveis se empresas como a japonesa Tokyo Electron e a holandesa ASML continuarem dando à China acesso à tecnologia avançada de semicondutores.

Liderando as perdas na Ásia, o índice japonês Nikkei caiu 2,36%, com tombos de 8,7% da Tokyo Electron e de 6,1% do SoftBank Group, que também é relevante na área de chips.

Já o taiwanês TAIEX recuou 1,56%, após o ex-presidente dos EUA Donald Trump criticar a dominância de Taiwan na produção de semicondutores, em entrevista esta semana à Bloomberg Businessweek. Apenas a TSMC, maior produtora de chips do mundo, teve queda de 2,43%.

Em Seul, o sul-coreano Kospi cedeu 0,67%, também pressionado por ações de chips e do setor automotivo.

Na China continental, por outro lado, os mercados ficaram no azul, com investidores à espera de eventuais medidas de estímulos do chamado Terceiro Plenário, reunião de quatro dias da liderança do Partido Comunista chinês que se encerra nesta quinta. O Xangai Composto subiu 0,48% e o menos abrangente Shenzhen Composto avançou 0,33%. No mesmo tom, o Hang Seng registrou alta de 0,22% em Hong Kong.

Na Oceania, a bolsa australiana terminou o dia em baixa, após atingir recorde no pregão anterior, à medida que fortes dados domésticos de emprego geraram temores de que o banco central do país, o RBA, possa voltar a elevar juros antes de começar a cortá-los. O S&P/ASX 200 caiu 0,27%.

 

EUROPA

As bolsas do velho continente operam em baixa nesta quinta-feira, à espera da decisão de política monetária do BCE e da coletiva de imprensa de Christine Lagarde.

O investidor espera que as taxas de juros sejam mantidas na reunião de hoje, depois de cortes realizados pela primeira vez em cinco anos na reunião de junho. O mercado ficará atento para a coletiva de imprensa que pode trazer indícios sobre os próximos passos.

No mundo corporativo, a montadora sueca Volvo saltava mais de 5% em Estocolmo, após divulgar forte crescimento no lucro do segundo trimestre.

Às 07:03, o Stoxx 600 subia 0,31%, o inglês FTSE avançava 0,70% e o alemão DAX perdia 0,16% do valor de mercado.

EUA

Os índices futuros das bolsas de Nova York operam sem direção única na manhã desta quinta-feira, após o fechamento misto de Wall Street ontem, enquanto investidores aguardam comentários de dirigentes do Federal Reserve, pesquisa semanal dos EUA sobre pedidos de auxílio-desemprego e balanço da Netflix, no fim da tarde. Às 07:05, no mercado futuro, o Dow Jones caía 0,24%, enquanto o S&P 500 trabalhava no zero a zero e o Nasdaq subia 0,10%.

BRASIL

O Ibovespa retomou a trajetória positiva nesta quarta-feira após leve realização de lucros no dia anterior, quando interrompeu sequência de 11 ganhos. Ao fim do dia mostrava alta de 0,26%, aos 129.450,32 pontos, com giro a R$ 35,4 bilhões, em dia de vencimento de opções sobre o índice. Na semana, o Ibovespa sobe 0,43% e, no mês, ganha 4,47%, limitando a perda do ano a 3,53%.

Dessa forma, com apoio dos preços da commodity, Petrobras ON e PN fecharam, respectivamente, em alta de 0,73% e 0,52%. Apesar do ajuste em Vale, a sessão foi em geral positiva para o setor metálico, com destaque para Usiminas (PNA +5,04%, na máxima do dia no fechamento) e CSN (ON +0,61%). As ações de grandes bancos também foram bem nesta quarta-feira, com Itaú (PN +1,09%), Santander (Unit +1,01%) e Banco do Brasil (ON +1,00%) pouco atrás de Bradesco (ON +1,21%, PN +1,19%, ambas na máxima do dia no encerramento).

CÂMBIO

O dólar acelerou os ganhos ao longo da tarde, em sintonia com o exterior, e chegou a se aproximar de R$ 5,49, com máxima a R$ 5,4880. No fim do dia, era negociado a R$ 5,4838, em alta de 1,00%. Com isso, a moeda passa a acumular valorização de 0,97% na semana. No mês, ainda apresenta perdas (1,87%).

O real amargou o segundo pior desempenho entre as principais divisas emergentes e de países exportadores, atrás apenas do peso colombiano. Termômetro do comportamento do dólar em relação a uma cesta de seis divisas fortes, o índice DXY recuava 0,50% no fim da tarde, na casa dos 103,700 pontos, em razão, sobretudo, do tombo de mais de 1,30% da moeda americana em relação ao iene.

Hoje, a divisa americana opera perto da estabilidade ante outras moedas fortes, após sofrer perdas significativas ontem, com o euro à espera de que o Banco Central Europeu mantenha seus juros, nas próximas horas, e a libra levemente pressionada por dados que mostraram desaceleração salarial no Reino Unido.

COMMODITIES

Os contratos futuros do petróleo operam dentro da neutralidade no pregão desta quinta-feira, após ganhos de mais de 2% de ontem, favorecidos por uma inesperada forte queda nos estoques de petróleo bruto dos EUA, que sugere sólida demanda pela commodity. Às 07:19, o barril do petróleo WTI recuava 0,04%, a US$ 81,40, e o do Brent caia 0,05%, a US$ 85,04.

AGENDA

09:15 – Declaração de Política Monetária (EUR)

09:30 – Pedidos Iniciais por Seguro-Desemprego (EUA)

09:30 – Índice de Atividade Industrial Fed Filadélfia (EUA)

09:45 – Coletiva de Imprensa do BCE (EUR)

11:15 – Discurso de Christine Lagarde, Presidente do BCE (EUR)

14:00 – Leilão TIPS a 10 anos (EUA)

14:45 – Discurso de Lorie Logan, Membro do Fed (EUA)

17:30 – Fed`s Balance Sheet (EUA)

19:05 – Discurso de Mary Daly, Membro do FOMC (EUA)