A agenda do dia encerra a semana com dados sobre o mercado imobiliário americano e o discurso de diversas autoridades monetárias do Federal Reserve, em semana que apresentou dados econômicos fortes na maior economia do mundo, pondo em xeque a intensidade da continuidade dos cortes na taxa básica de juros americana.
ÁSIA E PACÍFICO
Os mercados asiáticos fecharam o último pregão da semana em alta majoritária, refletindo os dados chineses divulgados na noite de ontem. O gigante asiático apresentou uma aceleração gratificante nas vendas no varejo e produção industrial, como também um PIB em linha com o esperado, em 5,60%, e uma taxa de desemprego mais baixa. Todos os dados corroboraram para uma melhoria na atividade econômica do país, que busca uma meta de crescimento de 5%. O índice Xangai Composto encerrou o pregão com alta de 2,92%, enquanto o honconguês Hang Seng avançava 3,61%, tendo a melhor performance da região.
No Japão, o Nikkei 225 teve performance mais comedida, com alta de 0,11% após a fraqueza do iene aumentar as suspeitas por algum tipo de intervenção do governo, com a divisa americana atingindo o patamar psicológico dos 150 ienes.
EUROPA
No velho continente, os mercados operam mistos no dia de hoje, após o Banco Central Europeu cortar os juros básicos por lá em 25 pontos base, com portas abertas para a continuação do ciclo de flexibilização, com inflação ao consumidor vindo abaixo da medição do mês anterior. Às 07:37, Euro Stoxx 50 subia 0,50%, o inglês FTSE recuava 0,29% e o alemão DAX trabalhava com leve alta, de 0,07%.
EUA
Os futuros americanos operam levemente positivos na manhã desta sexta-feira, com o S&P500 avançando 0,15%, enquanto o Nasdaq Composto acumula 0,29% ao valor de mercado. O índice Dow Jones, majoritariamente industrial, sobe 0,07% na manhã de hoje, após renovar máxima histórica no pregão de ontem. Já o S&P500 fechou a última sessão próximo do zero a zero, com o investidor digerindo dados de produção industrial e vendas no varejo mais forte que o esperado que, junto a um mercado de trabalho forte, colocam em dúvida a sequência do ciclo de corte de juros por lá. Com isso, a curva de juros americana também ganhou força, com o vencimento de 10 anos próximo ao patamar dos 4,10%.
No mundo corporativo, a temporada de balanços ganha força e fica em primeiro plano para o investidor. Ontem foi a vez da Netflix apresentar um balanço bastante positivo, que empurra o preço da ação no pré-mercado de hoje para uma alta de 6,16%.
BRASIL
O mercado brasileiro experimentou uma queda de 0,80% no pregão de ontem, fechando cotado a 130.701 pontos, puxado pelas commodities, que empurram Vale (-2,31%) e Petrobrás (ON -0,71% e PN -1,24%) para baixo. A curva de juros voltou a incorporar prêmio, no rastro do cenário dos Treasures e com o risco fiscal interno.
Na seara política, após o mercado estressar com o projeto de exclusão das estatais do Orçamento encaminhado ao Congresso, o valor de 4 bilhões de reais disponibilizado para ajudar as empresas aéreas ficou abaixo do anunciado anteriormente, que era de 6 bi. O assunto remeteu às prioridades do presidente Lula e as desconfianças de que ele poderá não ter pulso firme o suficiente para lidar com a revisão de gastos, principalmente estruturais, assunto essencial para regular a trajetória da dívida. Em entrevista à Rádio Metrópole, da Bahia, Lula voltou a afirmar que o dinheiro destinado à saúde e à educação não são gastos, mas investimentos. “…tem muita gente que acha que nós estamos gastando muito dinheiro. Eu não acho que é gasto, acho que é investimento. Fica mais caro gastar fazendo cadeia para prender a meninada que não teve oportunidade de ir à escola. Por isso, não importa o quanto custa…”, disse o presidente.
CÂMBIO
Após trabalhar em alta ao longo do dia devido ao peso das commodities, o dólar perdeu força no final do pregão e fechou em leve queda, de 0,10%, ante ao real, valendo R$5,6595. No contrato futuro, o recuo foi de 0,18% negociado a R$5,6680. O índice DXY, que mede a força da divisa americana ante às principais moedas do mundo, subiu 0,20%.
COMMODITIES
Os contratos futuros de petróleo operam em queda no dia de hoje, após fecharem em leve alta no pregão de ontem, em uma sessão volátil com o investidor de decepcionando com o pacote de estímulos anunciado pelo governo chinês, contrabalanceado pela surpresa da queda de estoques americanos da commodity, em menos 2,2 milhões de barris. Também ficou no radar do operador as notícias vindas do Oriente Médio, com Israel anunciando a morte de um dos principais líderes do Hamas. Às 07:52, o barril do WTI era negociado a $70,19, recuo de 0,68%, enquanto o do Brent valia $73,94, queda de 0,71%.
O minério de ferro também refletiu a decepção com o pacote de estímulos chineses e fechou a última janela de verificação em Dalian com queda de 1,55%, cotado aos 760,5 yuanes.
AGENDA
03:00 – Vendas no Varejo (ING)
03:00 – Núcleo de Vendas no Varejo (ING)
09:30 – Licenças de Construção (EUA)
09:30 – Construção de Novas Casas (EUA)
10:30 – Discurso de Raphael Bostic, Membro do FOMC (EUA)
11:00 – Discurso de Neel Kashkari, Membro do FOMC (EUA)
13:10 – Discurso de Christopher Waller, Membro do Fed (EUA)
14:00 – Contagem de Sondas Baker Hughes (EUA)