PANORAMA GLOBAL 22/07/24

A agenda do dia é esvaziada de eventos econômicos importantes, mas o investidor acompanha a repercussão da desistência do presidente americano, Joe Biden, de concorrer à reeleição. Também fica no radar do mercado os balanços corporativos que ganham força no Brasil e no exterior.

ÁSIA E PACÍFICO

As bolsas asiáticas fecharam majoritariamente em baixa nesta segunda-feira, enquanto investidores avaliavam o quadro político dos EUA, após a desistência do presidente Joe Biden de buscar a reeleição, e digeriam um inesperado corte de juros na China.

No fim da noite de domingo, o banco central chinês (PBoC) inesperadamente reduziu suas principais taxas de juros em 10 pontos-base, uma semana depois de dados mostrarem que o Produto Interno Bruto da China não apenas desacelerou, como avançou em ritmo bem mais fraco do que o esperado no segundo trimestre.

Apesar do estímulo monetário, os mercados chineses ficaram no vermelho hoje, pressionados por ações de petrolíferas. O Xangai Composto recuou 0,61% e o menos abrangente Shenzhen Composto caiu 0,10%. Em Hong Kong, o Hang Seng reagiu em alta à surpresa do PBoC e avançou 1,25%.

Em outras partes da Ásia, o índice japonês Nikkei teve baixa de 1,16%, o sul-coreano Kospi cedeu 1,14%  e o Taiex registrou queda mais expressiva em Taiwan, de 2,68%.

Na Oceania, a bolsa australiana seguiu o viés negativo da Ásia, também sob o peso do setor petrolífero. O S&P/ASX 200 caiu 0,50% em Sydney, 7.931,70 pontos.

 

EUROPA

As bolsas europeias operam em alta na manhã desta segunda-feira, ensaiando recuperação depois de acumularem significativas perdas na semana passada, enquanto investidores avaliam as implicações da desistência do presidente dos EUA, Joe Biden, de buscar a reeleição e digerem um inesperado corte de juros na China.

Às 07:27, a Bolsa de Londres subia 0,74%, a de Paris avançava 1,28% e a de Frankfurt ganhava 1,31%.

Em contraste com o ambiente de apetite por risco, a ação da Ryanair tombava quase 15% em Dublin, após a companhia aérea de baixo custo irlandesa divulgar forte queda nos lucros e reduzir sua projeção para tarifas aéreas. A Ryanair é a maior do setor na Europa em termos de números de passageiros.

EUA

Após pressão de líderes democratas para que se retirasse da corrida à Casa Branca, por causa de dúvidas em relação à sua saúde e aptidão mental, o presidente dos EUA, Joe Biden, desistiu neste domingo, 21, de disputar a reeleição. Ele anunciou apoio à vice-presidente Kamala Harris para ser sua substituta como candidata. “É do interesse do meu partido e do país que eu me retire”, disse o presidente americano, em comunicado nas redes sociais. Com o endosso de Biden e de outras referências democratas, como o ex-presidente Bill Clinton, Kamala tornou-se a favorita a conquistar a indicação do partido, mas precisará ser ratificada por votação virtual ou convenção. Ela tem desempenho melhor que o de Biden nas pesquisas eleitorais, com média de 46% das intenções de voto contra 44% do atual presidente. O ex-presidente Donald Trump, candidato republicano, aparece na frente de ambos, com 48%.

Hoje, os índices futuros das bolsas de Nova York operam em alta, enquanto investidores avaliam o cenário político dos EUA e digerem um inesperado corte de juros na China. A agenda dos EUA de hoje traz o índice de atividade nacional medido pelo Fed de Chicago e balanço trimestral da Verizon. Às 07:40, no mercado futuro, o Dow Jones subia 0,17%, o S&P 500 avançava 0,54% e o Nasdaq tinha ganho de 0,91%.

BRASIL

O Ibovespa lutou contra a cautela externa desde cedo, mas do meio para o fim da tarde deixou de sustentar leve ganho na sessão, em paralelo à mudança de direção no dólar, que passou a subir. O índice quase mostrou estabilidade, ainda tendendo ao negativo nesta sexta-feira, aos 127.616,46 pontos (-0,03%). Em dia de vencimento de opções sobre ações, o giro ficou em R$ 22,0 bilhões

O ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, fez um gesto “corajoso” ao desistir de disputar a reeleição.

Biden tomou a atitude correta que se espera de um presidente de uma das nações mais poderosas do mundo: deixar de lado egos ou interesses pessoais, em nome de um projeto maior”, afirmou Padilha à Coluna do Estadão.

CÂMBIO

Após recuar pela manhã em resposta ao anúncio de contenção de R$ 15 bilhões em gastos neste ano pelo governo, o dólar à vista ganhou força ao longo da tarde e fechou a sessão desta sexta-feira em alta moderada, na casa de R$ 5,60. A perda de fôlego do real se deu em meio à aceleração dos ganhos da moeda americana no exterior na segunda etapa de negócios, em especial na comparação com divisas emergentes latino-americanas, como os pesos chileno e o mexicano.

Com mínima a R$ 5,5228 pela manhã e máxima a R$ 5,6079, na última hora de negócios, o dólar à vista encerrou o pregão em alta de 0,28%, cotado a R$ 5,6039, novamente no maior valor desde 2 de julho, a última vez em que a divisa fechou acima da linha de R$ 5,60 (R$ 5,6648). Operadores afirmam que houve um movimento mais intenso de busca por posições defensivas no segmento futuro ao longo da tarde que insuflou o dólar também no spot. Na semana, a moeda acumulou valorização de 3,18%, o que levou os ganhos no ano a 15,46%.

Hoje, o dólar recua ante outras moedas fortes, revertendo movimento de alta do fim da semana passada, enquanto investidores avaliam o cenário político dos EUA e assimilam o corte de juros na China.

COMMODITIES

Os contratos futuros do petróleo operam em queda nesta segunda-feira, estendendo as fortes perdas da sessão anterior. Às 07:43, o barril do petróleo WTI para setembro recuava 0,28%, a US$ 78,42, e o do Brent caia 0,24%, a US$ 82,43.

Já o minério de ferro da sequência às quedas e fechou a última janela de verificação em Dalian com recuo de 0,31%, cotado a 798,5 yuanes.

AGENDA

08:25 – Boletim Focus (BRA)

09:30 – Índice de Atividade Nacional Fed Chicago (EUA)