Em dia sem agenda relevante, os investidores intensificam as expectativas para os balanços corporativos, que trazem números de grandes empresas hoje. Também fica no radar as notícias vindas da reunião do FMI e as negociações de cessar-fogo no Oriente Médio, orquestradas pela administração Biden.
ÁSIA E PACÍFICO
Com os mercados americanos estáveis no pregão de ontem, as bolsas asiáticas fecharam mistas no dia de hoje, se apegando à motivadores locais. Na China, o índice Xangai Composto fechou com alta de 0,51%, aparentemente voltando às expectativas para a continuidade dos incentivos por parte de Pequim. Em Hong Kong, o índice Hang Seng foi o destaque do continente, com alta de 1,27% impulsionada pelo setor de tecnologia e automotivo.
No Japão, o setor financeiro pesou mais uma vez com a performance fraca do iene e o índice Nikkei 225 acumulou queda de 0,73%.
EUROPA
Refletindo os balanços corporativos decepcionantes, os mercados no velho continente amanhecem operando no vermelho, com o Euro Stoxx caindo 0,49% às 08:08. No mesmo horário, o recuo para o índice inglês FTSE era de 0,42% e para o alemão DAX era de 0,35%.
O Deutsche Bank decepcionou no relativo à provisões para perdas com empréstimos e a segunda maior cervejaria do mundo (Heineken) agradou, com as ações avançando mais de 2% na Holanda.
Hoje, o investidor europeu fica atento aos pronunciamentos da presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, e o Governador do Banco da Inglaterra, Andrew Bailey.
EUA
Com a economia forte, uma perspectiva de um Fed mais duro e com os déficits fiscais voltando a preocupar com a aproximação das eleições visto a agenda dos candidatos, a curva de juros voltou ao radar do investidor e competir pela atenção durante esta temporada de balanço. O rendimento do título de 10 anos superou o patamar dos 4,20%, coisa que não acontecia desde julho, e volta a ser um fator de aversão ao risco. Com isso, os mercados americanos fecharam o último pregão dentro da neutralidade, bem como o início dos trabalhos para o mercado futuro no dia de hoje. Com a agenda vazia no tangente à indicadores econômicos, o investidor aguardará para os balanços corporativos de hoje, contando com os números de Tesla, Boeing, Coca-Cola, IBM, AT&T, Deutsche Bank, dentre outros.
Enquanto isso, o Fundo Monetário Internacional, que iniciou suas reuniões anuais na segunda-feira em Washington, reduziu sua previsão de crescimento global para 2025 e alertou sobre riscos crescentes, que vão de guerras ao protecionismo comercial, ao mesmo tempo em que deu crédito aos bancos centrais por controlar a inflação sem levar os países à recessão.
BRASIL
Com a política fiscal expansionista e a dúvida sobre o real plano de corte de gastos pelo governo, o Ibovespa segue sem muito volume de negócio e fechou o pregão desta terça-feira em queda de 0,31%, aos 129.951 pontos.
O FMI revisou o PIB brasileiro de 2024 para cima, indo de 2,1% para 3%. A notícia foi festejada pelo presidente Lula nas redes sociais, dizendo que o Brasil está surpreendendo os “pessimistas e pregadores de caos”.
Nos Estados Unidos, Fernando Haddad Disse que o aumento da projeção para o Brasil é o maior já realizado pelo FMI e destacou que a economia está expandindo com uma inflação relativamente controlada.
CÂMBIO
Com o fiscal no radar e a desconfiança sobre o plano de corte de gastos do governo, o real foi a única moeda entre os emergentes exportadores de petróleo que não aproveitaram o impulso de 2% da commodity, e caiu ante ao dólar, com a divisa americana experimentando leve alta de 0,12%, cotada a R$5,6973.
COMMODITIES
Os contratos futuros de petróleo operam em baixa na manhã desta quarta-feira, após divulgação de um aumento nos estoques americanos e da intensificação da administração Biden para garantir um cessar-fogo no Oriente Médio. Hoje, o contrato do WTI recua 1,34%, cotado a $70,78, enquanto o do Brent é negociado a $75,06, queda de 1,29%.
O minério de ferro experimentou mais um recuo acentuado na última janela de verificação, sendo negociado a 746 yuanes, representando uma queda de 1,91%.
O ouro segue renovando máximas históricas, com a aversão ao risco assumindo destaque, com a crise no Oriente Médio e a política monetária global em pauta. Hoje, a onça troy é negociada a $2.766, avanço de 0,10%.
AGENDA
10:00 – Discurso de Michelle Bowman, Membro do FOMC (EUA)
11:00 – Venda de Casas Usadas (EUA)
11:00 – Discurso de Christine Lagarde, Presidente do BCE (EUR)
11:30 – Estoques de Petróleo Bruto (EUA)
11:30 – Estoques de Petróleo em Cushing (EUA)
13:00 – Discurso de Thomas Barkin, Membro do FOMC (EUA)
14:00 – Leilão de Títulos de 20 anos (EUA)
14:30 – Fluxo Cambial Estrangeiro (BRA)
15:00 – Livro Bege (EUA)